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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O valioso tempo dos maduros - Mário de Andrade


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jaboticabas..
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas jaboticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

terça-feira, 19 de março de 2013

TRABALHO COM LAZER

Depois de quase 1 ano sem escrever no blogg, apareceu a MARGARIDA!
O momento pedia uma reflexão bem coerente com a atual ocupação que exerço e que talvez sirva de análise para muitas pessoas que tentam equilibrar o trabalho como um ato de lazer.A necessidade e o desejo.Depois de alguns anos de trabalho, nossa maturidade para alinhar essa etapa da vida com satisfação deixa de ser um sonho, um desejo , para ser uma necessidade.Os sonhos permanecem independente de idade. Os sonhos? São a alma do negócio.

Vou falar um pouco sobre a diferença entre desejo e necessidade.Talvez ajude para encararmos essas duas faces  retirando a culpa, a repressão ou o julgamento.  
As pessoas precisam de comida, ar, água, roupa e abrigo para poder sobreviver. Elas também tem uma necessidade muito grande de recreação, educação e entretenimento. Essas necessidades se tornam desejos quando são dirigidas a objetos específicos capazes de satisfazê-las. Um norte-americano necessita de comida, mas deseja um hambúrguer, batatas fritas e um refrigerante. Desejos são moldados pela sociedade em que se vive.

 "Necessidades” referem-se a aspectos básicos da condição humana - alimentar-se, vestir-se, ter um lugar para morar, etc.Quando essas necessidades não são atendidas, o ser humano vive numa condição sub-humana e deve lutar, com todas as suas forças, para que essas necessidades sejam atendidas.“Desejos” são manifestações de nossa vontade. Não são necessidades. São desejos. Assim, temos o desejo de um carro novo, de um televisor maior, de um celular que nos permita fotografar. Temos também o desejo de ser promovido, de ter uma sala maior no trabalho, de conquistar maior fatia do mercado, de viajar para o exterior ou para uma bela praia. Isso tudo são “desejos” e não “necessidades”. 
Aos 20, desejo e necessidade se confundem, aos 30 separamos um do outro e aos 40 continuamos separando mas passamos por uma mudança de valores ....
O trabalho, em específico entra na ordem da necessidade com desejo.A necessidade do sustento, da ocupação,da atuação que se escolhe,do alinhamento de pequenas tarefas que não se escolhe mas se aprende a necessidade e o momento em que elas aparecem e o desejo de trabalhar com prazer,com alegria, com graça e com muito senso de humor, mantendo a seriedade do compromisso, a meta coerente e a realização equilibrada.Vamos que vamos!?

domingo, 12 de agosto de 2012

Um ser desejante

Hoje é dia dos pais e resolvi escrever mais uma vez sobre a alma feminina.Contraditório?

Não necessariamente pois existem (Graças a Deus) homens de  alma feminina, que  são tão maternais quanto muitas mulheres, gostam de cuidar, de acompanhar, de sensibilizar e isso é uma virtude.



Meu pai é assim e desde quando era criança demonstrava uma verdadeira sensibilidade em relação ao ser humano e sua natureza, uma humildade que permitia com que ele fosse capaz de se mostrar como alguém que erra (mesmo na presença de um filho).
A vergonha não tem espaço pois o forte é o respeito, o amor, a amizade,  a sinceridade.
Sinceridade!!! Como ela é importante quando acompanha a boa educação.Aquele momento em que precisamos falar sobre certas verdades mas temos a sensibilidade e o carinho de expor o necessário, respeitando o sentimeno e o limite do outro.É deste tipo de sinceridade que falo.Agradeço a ele por isso e por me ajudar a manter a coerência.Principalmente em relação ao pensamento, ao sentimento e minhas ações, logicamente isso me ajudou a lidar com as motivações e desejos de forma bastante congruente.Me ajudou a não ter receio de minha humanidade, dos meus medos bobos e dos momentos de pura coragem.
Ser gente é isso, desejar objetivos, mobilizar-se para atingi-los , sentir receio se conseguirá e ao conseguir, sentir a felicidade da conquista, confirmando que você é merecedor e capaz.Eu sou um ser humano desejante e é este desejo ou motivação que me conduz adiante.E você se sente um ser desejante?

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Oi "miga"!A amizade entre as mulheres

Poderia começar este texto partindo de dois extremos:

O primeiro tratando do clichê, que entre a maioria das mulheres, percebemos a existência de uma competição ferrenha talvez muito maior que a competitividade entre amigos do sexo masculino; que  mulheres, de um modo sutil, alimentam sua vaidade para outras mulheres para serem: mais belas, mais gostosas, mais inteligentes e blá,blá,blá; poderia citar os contos de fadas, onde Branca de Neve e outras, simbolizavam a competição na figura das bruxas e/ou madrastas (intencionando o príncipe encantado) e para concluir esta face da moeda, poderia citar inúmeros casos de relações tensas entre mães e filhas ou lembrar de uma piadinha sem graça.Se madrasta fosse boa, não começava com "má".  
No outro lado da moeda, poderia entrar no clima do dia do amigo ou poderia utilizar um texto que retirei de uma colega.Neste caso, todo cuidado é pouco, já que estou inserida no contexto  gênero feminino e escrever amiga, numa postagem entitulada: "Oi miga. A amizade entre mulheres", poderia gerar, no mínimo..... uma especulação.
Retornando ao lado da moeda, poderia dizer coisas belas e importantes sobre a verdadeira amizade entre amigas mulheres, sobre a possibilidade de uma irmandade, contar casos de verdadeira e intensa sensibilidade, entrega, dedicação e boa vontade entre "fêmeas", ou talvez dizer que existem boas madrastas e boas mães que são parceiras e formadoras de suas crias femininas.
Então, decidi fazer o oposto de Saramago, quando afirmou que não escrevia para agradar. Neste post, escrevi para agradar e para dizer que acredito na possibilidade dos dois lados da moeda representada acima, pela imagem da Mulher Maravilha com seus dois braceletes.No meu ponto de vista, retratam estas duas facetas da figura feminina, complexa, intensa e tão boa e também tão má rsrs.
E aí,vamos jogar? Cara ou coroa!!Tenta a sorte!

sábado, 30 de junho de 2012

O orgasmo nosso de cada dia

Lendo o livro palavras de poder onde o autor Lauro Henriques Jr, entrevistou mais de 20 "celebridades" do comportamento Humano e da espiritualidade, deparei-me com a visão do falecido Gaiarsa sobre o comportamento não-verbal.
Meus amigos sabem de minha preferência pela análise reichiana, alguns até me chamam de "a corporal" , quero esclarecer que a análise bioenergética não faz esta separação :corpo x mente, na verdade convida a unicidade destas partes, unicidade que causa desconforto desde a época de Jesus Cristo, segundo Gaiarsa.Jesus pregava a mensagem de contato humano na passagem :"Amai-vos uns aos outros" e o que ocorreu? foi crucificado.Se o tato foi o primeiro sentido a se desenvolver no humano. Por que motivos alguns evitam isso? 

O ditado quem vê cara não vê coração, por um lado é uma grande mentira, o essencial para compreensão do outro é prestar atenção nele.Então, ver a "cara" (neste sentido representada pelo corpo, os gestos, o não verbal), é  estar atento ao que o "coração" (neste sentido a emoção da verdade) do outro quer dizer.
Palavras são palavras, nem sempre retratam a verdade interna, já o corpo.... os gestos, o NÃO VERBAL, retratam muita coisa..sim. 

E o encontro amoroso?A função do orgasmo segundo Reich,como fica nisso tudo?
Já QUESTIONAVA Wilhelm Reich:"Por que motivos a mais insuportável de todas as angústias e a angústia do prazer?" E Bernard Shaw que afirmou: "Há duas catástrofes na existência:a primeira é quando nossos desejos não são satisfeitos; a segunda é quando são" .
Pois é: voltamos ao medo do envolvimento e consequentemente do contato.Segue dica de Gaiarsa na íntegra:
"No caso do encontro amoroso/sexual, que seria uma boa hora para se treinar o toque e o envolvimento, ele ao invés disso, acaba funcionando ao contrário, quando as pessoas já entram com a intenção limitante de "aqui é para transar".Essa é a forma mais refinada de repressão sexual.Em vez de perceber o outro e entrar em contato com ele a pessoa se preocupa com a performance, com aquela exibição ansiosa de gritos, espasmos em resolver logo a situação.ISSO NÃO É PRAZER, ISSO É ANSIEDADE."   
Na pretensão de concluir, pois o assunto é quente, coloco sob a forma de perguntas, partes do texto da colega Cristiane Nistal:
"..Se fôssemos sexualmente saudáveis?Se não estivéssemos dissociados do corpo?Se não tivéssemos passado pelo conflito edipiano e por uma educação  brochante?Se não tivéssemos o soalho pélvico suspenso e contraído por causa do medo ?Se o coração não fosse fechado de tristeza?"

Teríamos uma entrega completa para o amor e o ato sexual e menos bloqueio do nosso potencial criativo para o trabalho, a arte e naturalmente.. para a VIDA. Um bom orgasmo para todos!!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Bem simples



Sabe quanto vale a maturidade? 

O preço da simplicidade.

1-Simplicidade é a ausência de complicação.
2-É aquilo que é fácil de compreender. 
3-É ausência de afetação ou pretensão.
4-Reflete naturalidade.

Dentre outras possibilidades, ser simples é extremamente gratificante, você descomplica o que parece complexo e segue com serenidade.




Então vamos ao "mea culpa" ..senhores, as respostas:

1-Creio que aos 40, já  descompliquei quase tudo que gostaria.
2-Fácil de compreender? Não atingi o estado zen na compreensão, mas aprendi que o que  me faz bem é aceitar que escolhas são sempre particulares e respeito é virtude.
3-As  coisas banais não me afetam e absorvi que ninguém provoca nada em ninguém, o que sentimos é quase sempre ação de nossa responsabilidade, podemos optar em não permitir ser provocados e esse poder esta em nossas mãos.
3-A pretensão?? ...iiiihh sem comentários, ainda tenho vaidades que me beliscam os pés e  pretendo ou melhor, desejo muitas coisas.Por este ângulo (do desejo) acho parcialmente positivo, com uma observação:ASSERTIVIDADE que é saber qual meu ponto fraco e forte e simplismente aceitar o que sou,como sou e o que preciso aprimorar.
4-Não, não sou e jamais serei ou me lembro de ter sido ARTIFICIAL, a naturalidade sempre foi meu ponto bacana (sem nenhuma pretensão..rsrsrrs) e que me deu coragem para olhar minha pessoa no espelho, sem receios do que encontraria.

Ufa que coragem falar assim abertamente ! 
Sabe qual o segredo que aprendi sobre os humanos?
Ninguém, absolutamente ninguém é taõ bom ou tão mal .
Conviver com a dualidade que esta em nossa natureza é permitir e viver a almejada simplicidade.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Caminhos e escolhas

Hoje coloquei uma imagem na minha página do facebook que dizia o seguinte: "A vida começa todos os dias". Esta afirmação, do Érico Veríssimo, fez lembrar  do Legião Urbana, que terá inclusive,  um recente tributo e  particularmente foi uma banda que me     fascinou. Era capaz de cantar, de cor e salteado suas letras e canções.
Voltando ao ponto inicial, talvez tenha fugido um pouco do assunto, a música que me refiro tem o título de - SÓ POR HOJE -
A parte que me chama atenção é esta:
"Não, não, não, não,
Viver é uma dádiva fatal!
No fim das contas ninguém sai vivo daqui 
Mas - Vamos com calma !"
Ao mesmo tempo que ele fala da vida construida pelos momentos diários, ele também fala da finitude, da dádiva fatal.Creio que Renato queria lembrar o que quase todos nós evitamos pensar , O fato consumado, a certeza total e absoluta (OLHA O PLEONASMO RS) que somos finitos.Se somos finitos, por que deixamos as interrogações permanecerem anos a fio, por que evitamos certos caminhos e adiamos algumas escolhas? Eeeee, o facebook me vem com outra frase clichê: " A vida informa: A falta de coragem, causa perda de oportunidades incriveis".Falta de coragem??? Ei face, muito bonito mesmo,  mas quem disse a você que escolher não fazer uma escolha num dado momento é sinal necessariamente de falta de coragem? Vou te responder a La Renato Russo:No fim das contas ninguém sai vivo daqui....VAMOS COM CALMA!