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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

QUAL A SUA FANTASIA?

Em tempos de carnaval, ou melhor em término de carnaval a palavra FANTASIA parece  bem adequada, mas o título da reflexão é uma pergunta de Antonio Quinet, psiquiatra, psicanalista e filósofo Francês que  diz o seguinte:

"Qual é a sua fantasia?" 


De que fantasia você está falando? Desse termo em

 português para se referir ao traje de carnaval? 

Em inglês e também em francês é "costume". . 

"Em outros termos, qual o figurino que você vai 

emprestar a sua fantasia?"

- Vou sair sem fantasia. "Até parece que é possível 

estar sem fantasia!" - Vou fantasiado de Eu mesmo! 

"E quem disse que esse "Eu" não é uma fantasia?" 


Para alguns não, para outros talvez e para muitos sim!

Quantas pessoas têm a sensação de estranheza de sua própria vida e natureza?Quantos não sabem exatamente a origem e motivo de suas ações, pensamentos e sentimentos? Quantas e quantas vezes, questões antigas de nosso aprendizado educacional apareceram em nossas reações sem que tenhamos solicitado este arquivo de memória e na maioria das vezes eles acontecem sem autorização e nos deixam sem entender muitas coisas.Ficamos refém do passado, de uma memória congelada que se faz presente sem a menor noção de tempo.O inconsciente!!! Seria ele "burro"? Ou atemporal?

Como é importante o auto-conhecimento para não ficarmos como um estranho no seu próprio ninho.


Freud uma vez afirmou que “Não ficaria surpreso, em ouvir que a psicanálise, que se preocupa em revelar essas forças ocultas, tornou-se assim estranha para muitas pessoas por essa mesma razão.” 

E o cantor Chico César usou a música para trazer uma leveza lúdica para esta estranheza que no fundo queremos conhecer.


ESTRANHO


Eu bem que avisei
Sou estranho
Não chegue tão perto assim
Vai por mim
Você fez que não ouviu
Tomou de conta
Fez de conta que era charme alfenim
Ai de mim
Agora quero ir
Eu quero ir embora
Embora não deseje o fim
Vai por mim 





Você será sempre o  seu estranho?  Ou prefere a frase clássica do Pequeno príncipe?

"..O  essencial é invisível aos olhos.Os homens esqueceram esta verdade,mas tu não há deves esquecer.Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." A.S Exupéry

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O MEDO DA VIDA E A BIOENERGETICA



Muitas pessoas buscam a tão desejada felicidade, querem senti-la, abraça-la e encontra-la mas quando ela se apresenta na condição de um momento, muitos não sabem o que fazer pois sentir-se feliz dá um certo trabalho.
Tudo que passa pela ordem do sentimento pode ser o paraíso ou o inferno e falando nele ,  sabe aquele  medo relacionado com o encantamento amoroso que determina o estado que chamamos de paixão? Pois é,  paixão é amor mais medo!


De acordo com Flávio Gikovate: "Temos medo de perder aquela pessoa tão especial e do sofrimento que, nessa condição, teríamos. Temos medo de nos aproximarmos muito dela e de nos diluirmos e nos perdermos de nós mesmos em virtude de seus encantos."
Com tudo isso acabamos cultivando um enorme medo da felicidade, já que em todos nós os momentos extraordinários se associam imediatamente à sensação de que alguma tragédia irá nos alcançar, é como se desconfiássemos muito de nosso direito de vivenciar estados de pura felicidade.Aquela famosa frase:"Quando a esmola é demais o santo desconfia."
Tá certo que alguma dose de percepção aguçada não é de todo ruim, o que pega é o fato de duvidarmos tanto deste direito adquirido, que acabamos fechando as portas para uma vida plena e satisfatória.
Para facilitar a reflexão quero citar um pouco, sobre o livro que estou lendo pela "enésima" vez e que tem como título: "O MEDO DA VIDA" de Alexander Lowen. 
Fala do que representa o viver e o morrer, e como impedir que sejamos consumidos pelo medo de amarmos (e sermos amados), de nossas incertezas e fracassos e, principalmente, de sermos nós mesmos.
Segundo o autor que se baseia na  técnica de analise bioenergética, a história emocional de cada pessoa fica registrada no corpo, originando tensões e couraças musculares que se expressam na forma de postura corporal e emocional.
A técnica ajuda a compreender  dificuldades, a origem dos conflitos internos e trabalha para liberar os padrões de tensão muscular, resgatando a expressão dos sentimentos e o fluxo energético do organismo, favorecendo assim uma mudança de postura e padrão de comportamento.

O objetivo é ajudar o indivíduo a reencontrar-se com seu corpo, e a tirar o mais alto grau de proveito da vida que há nele, através da:

  • Autoconsciência, a compreensão das dificuldades emocionais associadas a sua história de vida;

  • Auto-expressão,contato com as sensações e emoções através do corpo, implicando que esses sentimentos devem ser expressados;

  • Autodomínio, quando acontece a integração da autoconsciência e da auto- expressão.

Gostou? E tem mais....Aponta o caminho para descargas de inibições emocionais e sexuais, para a satisfação da pessoa total que realmente somos.

Um brinde ao Lowen pela sua sacação!



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

SOLIDÃO E O AMOR AVASSALADOR

A solidão, é  "sine qua non" na essência do ser humano. Cada pessoa vem ao mundo sozinha, atravessa a vida como um ser em separado e, no final, morre sozinho. Aceitar o fato, lidar com isso e aprender como direcionar nossas próprias vidas de forma bela e satisfatória é a condição humana.

Fácil para alguns, aceitar esta condição e doloroso para outros. Possivelmente a frase de Platão:"Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama," tenha uma grande relação com o paradoxo da SOLIDÃO e o desejo inconsciente do homem em encontrar um significado dentro do isolamento e do vazio do universo.

A SOLIDÃO de Sartre  e O AMOR AVASSALADOR de Platão seriam  os opostos, simplesmente assim.......... são o que são: OPOSTOS. Resolvida a questão filosófica?Claro que não!
Quando somos pegos pelo calor do embate que eles travam em nossa alma,  nossa mente busca o arquétipo de União  lançando-nos à estranha aventura de reconciliar o irreconciliável. No caso do amor avassalador, ele passa a existir não para ou pelo outro mas como uma obssessão pelo próprio amor que vem com a ousa dia de preencher um vazio impreenchível.
Minha alternativa de desfecho é a famosa expressão budista: " O Caminho do Meio" (Madhyama Pratipad, em sânscrito) que trata dos primeiros passos em direção à sabedoria ou, pelo menos, ao alívio dos conflitos.É uma expressão que sugere evitar os caminhos extremos,  considerando os dois lados da questão. Ela lembra os gregos, que ensinavam a temperança, a prudência, o bom senso, a moderação, a modéstia como um estado de espírito calmo e são.
Então na justa medida, o caminho do meio é a conquista da ASSERTIVIDADE: Que é o olhar para dentro de si, perdoar-se por não ser perfeito e engajar ativamente uns aos outros para sentir que pertencemos de forma solitária a um  UNIVERSO COLETIVO.